Não é novidade que o nosso país possui uma das maiores taxas de juros do mundo, o que reflete diretamente no nosso poder de consumo.
Mas, como todos sabem, a SELIC, velha e conhecida taxa básica de juros, que é usada para controlar a inflação, vem caindo, o que deveria minimizar as taxas cobradas dos consumidores. Mas será? Sinto dizer, caro leitor, que a redução desta taxa para 9,75% não vai mudar em nada, pelo menos a curto prazo, a cobrança de aproximadamente 160% ao ano as taxas no cheque especial, no cartão de crédito e em empréstimos pessoais, por causa dos impostos e taxas bancárias.
Além da dívida do cartão de crédito e do limite do cheque especial, a queda de juro também não tem impacto nas dívidas feitas. A boa notícia é que ela abre espaço para trocar débitos caros por baratos. As pessoas com dívidas devem procurar o banco para fazer um empréstimo com taxa menor e pagar a dívida antiga de juro maior. Os prazos e taxas devem melhorar também.
No ano passado nosso rico dinheirinho perdeu o valor em, nada mais nada menos, do que seis e meio por cento. Esta foi a maior inflação desde o início do plano real, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor.
Rasgando o verbo, para não dizer que a inflação rasga nosso dinheiro: o nosso poder de compra diminuiu 6,5%. O que se comprava com uma nota de cem reais, hoje se precisa desembolsar cento e seis reais e cinquenta centavos para comprar o mesmo produto. Daí essas medidas do Banco Central para controlar o velho e conhecido dragão da inflação.
Embora o governo esteja voltando todas suas forças para combater este dragão, é hora de nós consumidores e investidores também fazermos nossa parte, revendo gastos, consumo e investimentos; refazer cálculos para não perdermos mais dinheiro.
É importante lembrar que consumo consciente e a boa negociação são ferramentas de vital importância para diminuir as perdas com a inflação. Então, não medir esforços na hora de fazer pesquisas e comparar preços é fundamental. Você deve estar se perguntando como fazer isso? Seguem algumas boas dicas que te auxiliará na hora de consumir:
Faça uma reflexão do que você está comprando se é por necessidade ou simplesmente porque deseja aquele produto. Fique atento no significado dessas duas palavrinhas mágicas:
- Necessidade: é algo indispensável para se viver;
- Desejo: não é básico, pode ser perfeitamente dispensável.
Antes de comprar, reflita sobre estes pontos:
- Não compre tudo que você vê e o que você deseja;
- Planeje seus gastos, reflita e priorize antes de comprar;
- Pesquise preços e compre de acordo com suas possibilidades;
- Conheça seus direitos de consumidor;
- Se comprar, exija qualidade com preços competitivos.
Tão importante quanto o consumo consciente é analisar o impacto da inflação nos rendimentos dos nossos investimentos. Na maioria das vezes a mídia divulga ganhos sem descontar a inflação. Veja o exemplo da velha e conhecida Caderneta de Poupança: rendeu 7,5% em 2011, descontada a inflação, o real ganho para o bolso do investidor foi de 1% no ano.
Verificar se seus investimentos tiveram rendimentos acima da inflação e na média do mercado é fundamental, como também, se perguntar se há condições de melhorias, observando os seguintes pontos:
- Rever os tipos de taxas e cargas tributárias que você paga nos seus investimentos;
- Verificar se seu perfil de risco somado aos seus objetivos está de acordo com sua estratégia de aplicações financeiras;
- Se a diversificação de sua carteira de investimentos está adequada para o momento de sua vida;
Com o juro de um dígito muitos Fundos com taxa de administração acima de 1.5% empatam ou, até rendem menos, que a poupança. É preciso rever especialmente as aplicações de Fundo DI. Converse com seu gerente e analise se não está na hora de migrar para outro tipo de aplicação.
Investir é a mesma coisa que fazer uma compra de um produto qualquer, como uma TV, um carro. É necessário também pesquisar, negociar e procurar ter o maior número de informações possíveis deste produto junto às instituições financeiras antes de fazer a aplicação.
Não se esqueça que quando você faz um investimento ou adquire algo ou serviços você está fazendo uma troca com seu dinheiro; sendo que seu dinheiro é resultado do seu tempo, conhecimento, saúde e suor.
Nós brasileiros somos um povo guerreiro e otimista por natureza. Somando essas duas coisas, temos tudo para continuar baixando a inflação e construir um país com economia sólida e sustentável. Até lá, é só fazermos nossa parte que resultará em equilíbrio financeiro com qualidade de vida. Sucesso!
“Otimismo é esperar pelo melhor. Confiança é saber lidar com o pior.” Roberto Simonsen
Dra. Odete, concordo pelenamente com o Alexandro, matéria ótima, estava com uma dívida em relação a uma consignação bancária, agora sei que não posso renegociar para diminuir o valor mais posso, conforme a Senhora mesmo disse pleiteiar um novo emprestimo com juros mais baixos e quitar o anterior, muito obrigado pelas informações.
Muita boa a matéria, gostei muito…
Bom seria que todos tivessem acesso a este tipo de informação e orientação.
Obrigada Aleksandro,
Você está certíssimo. Se faz necessário divulgar mais e mais informações sobre educação financeira e assim seremos um povo consciente de como lidar com seu rico dinheirinho.
Abraço,
Odete Reis